quarta-feira, 18 de setembro de 2013

America: 109 anos de glórias


Tomo a liberdade de publicar aqui o vídeo produzido e editado pelo Paulo Cezar Carreira, amigo de longa data e, assim como eu, torcedor fervoroso do America. O Paulo criou no Facebook um grupo chamado "América FC do Rio de Janeiro e suas histórias contadas por torcedores" para publicar fotos históricas e depoimentos de quem viveu os anos dourados do clube.

Este vídeo foi o melhor que vi até hoje em termos de imagens e tem, como fundo musical, o saudoso Tim Maia, também americano, cantando o hino mais lindo do mundo.

Parabéns, Paulo.

Parabéns, America.

America: 109 anos de amor incondicional

America, Campeão dos Campeões (1982). Em pé: Gasperin, Duílio, Everaldo, Zedílson, Chiquinho e Pires;
Agachados: Serginho, Gilberto, Moreno, Elói e Gilson Gênio.
Hoje o America Football Club completa 109 anos.

Ao longo deste tempo comemoramos muitas glórias, muitas conquistas, muitos momentos felizes e de celebração. Vivemos também, principalmente nos últimos anos, outros momentos que antagonizam-se àqueles dos anos dourados.

Sim. Torcer, ser apaixonado por um clube, por uma instituição, por uma entidade, independe de resultados. A dor da derrota é sentida e vivida com a mesma intensidade que a alegria da vitória.

Nós - os poucos, quase raros torcedores do America - somos mais apaixonados que qualquer outro.

Amamos, vibramos, choramos, xingamos, rimos e nos abraçamos em todos os momentos. Em qualquer divisão que o clube se encontre. Pelo tempo que a crise e a quase extinção persistir.

Queremos comemorar vitórias? Claro que sim! Somos apaixonados, não masoquistas!

Queremos disputar títulos? Óbvio! Somos humanos e nos regozijamos com conquistas!

Mas abandonamos o time, o clube, os 109 anos de tradição? Isso nunca!

America, obrigado pelas alegrias que nos fizeram vibrar. E também pelas tristezas que nos deram a certeza de que nosso amor é incondicional.

Parabéns. Que venham mais 109 anos!

"Hei de torcer, torcer, torcer...
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer...
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim
A cor do pavilhão é a cor do nosso coração
Em nossos dias de emoção
Toda torcida cantará esta canção
Tra-la-la-la-la-la
Tra-la-la-la-la-la
Tra-la-la-la-la

Campeões de 13, 16 e 22
Tra-la-la
Temos muitas glórias
E surgirão outras depois
Tra-la-la
Campeões com a pelota nos pés
Fabricamos aos montes, aos dez
Nós ainda queremos muito mais
América unido vencerás!"

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Torcer até (depois de) morrer!

Texto escrito originalmente para publicação no excelente grupo do Facebook "América FC do Rio de Janeiro e suas histórias contadas por torcedores", criado pelo também americano Paulo Cezar Carreira. Lá, defini este grupo como "um ambiente sadio de verdadeiros americanos que ainda sentem prazer com o que atualmente nos proporciona alegrias e a certeza de que precisamos nos unir por um futuro melhor: nosso passado de glórias."

Aquele dia foi especial. Domingo, 13 de agosto de 1972. Dia dos pais.

O garoto, que nada entendia de futebol estava radiante. Seu pai o levaria ao Maracanã. O jogo? America x Flamengo. Era sua estréia no "maior estádio do mundo". Iriam também a mãe, o tio, a tia, os primos e os irmãos, todos flamenguistas. O pai? O único torcedor do America.

O menino, com apenas seis anos, ainda não havia escolhido seu time de coração. Seus pais nunca forçaram nada, deixaram acontecer naturalmente, sem influenciar.

O passeio foi maravilhoso. Estacionaram o carro no Colégio Militar, caminharam até a Estátua do Bellini, compraram os ingressos, passaram as roletas e subiram a rampa! O menino olhava tudo com admiração! A cada instante, sentado no cangote do pai, perguntava sobre isso e aquilo.

O pai, muito atencioso e solícito, esclarecia cada detalhe.

No alto da rampa, um momento de ouro: cada um ganhou um cachorro quente da Geneal e uma Grapette. Caminharam para a arquibancada felizes ouvindo gritos de torcedores e vendo bandeiras vermelhas e rubronegras tremularem.

O Maracanã não estava cheio para os padrões da época. Pouco mais de 21 mil pagantes. Hoje é público de final de campeonato, mas na época era comum jogar para mais de 70 mil pessoas.

A criança sentou no colo do pai quase que o jogo todo. Perguntava cada detalhe: "só dois times jogam? O juiz pode fazer gol? Por que xingam a mãe dele, tadinha?"

Aí veio um momento mágico: o pai contou, pela primeira vez, que ele estava fazendo com o filho o mesmo que o pai dele, o avô da criança, fazia com ele, antes ainda de haver Maracanã.

Detalhe importante: a criança não conheceu o avô, também americano, falecido meses antes de ele nascer. Ele foi batizado com o nome idêntico ao dele. Nem mesmo teve incluído o sobrenome da mãe ou o sufixo 'Neto'.

Nesse momento, o menino viu uma lágrima escorrendo pelos olhos de seu pai. E perguntou: "você está triste, pai?". Ao que ele respondeu: "não, meu filho. Estou emocionado porque sinto que seu avô está aqui conosco nesse momento".

Naquele instante, algo muito forte aconteceu: o garoto decidiu virar americano. E, a partir dali, viveu experiências mágicas ao lado do pai.

Eu cresci, mas não esqueço cada uma dessas experiências. Cada momento que vivi ao lado de meu saudoso pai, Helio. Sempre lembrando com carinho do avô 'xará', que "esteve sempre conosco".

Mario Linhares, sem o 'Neto', americano como o pai e o avô!

P.S.:A foto é de um time do America do início dos anos 1970. Não me recordo se o time era esse. O objetivo foi ilustrar o post. Foi tirada do UOL/Terceiro Tempo.

domingo, 8 de setembro de 2013

Hora de trocar o luto de pesar pelo luto de lutar


Hoje foi um dia triste na história do America. Foi um dia em que empatamos com o Bonsucesso sem gols e selamos nossa permanência na Série B do Campeonato Carioca por mais um ano.

Minha primeira reação foi postar uma mensagem onde misturava o escudo do America a uma faixa diagonal preta com uma mensagem de luto. Estava emocionado, sem condições de me expressar com clareza.

Depois, mais calmo, refleti sobre o que estava sentindo e sobre o que vinha à minha mente. 

O que expressei inicialmente como luto, ou seja, um sentimento de pesar, era na verdade uma grande tristeza, que ainda não se foi. Senti vontade de sugerir que retornássemos às nossas origens e adotássemos novamente o uniforme e cores utilizadas nos primeiros anos de nossa história. 

Foram anos também de segunda divisão, uma vez que não nascemos na elite do futebol carioca, embora fôssemos um de seus fundadores.

O preto daquela época poderia ser usado hoje para expressar nossa vergonha, nosso desânimo, a incredulidade com o que estão fazendo com um dos clubes mais tradicionais do Brasil.

Talvez devêssemos voltar às nossas origens e refletir sobre o que queremos para nosso futuro.

O preto, como cor neutra, combina com qualquer caminho que queira ser seguido.

Combina com a atual gestão, por ser a cor favorita daqueles que nos roubam na calada da noite. Não estou aqui acusando qualquer pessoa de crimes para os quais não tenho provas, nem as busco nesse momento. O roubo a que me refiro - na verdade latrocínio, pois é seguido de morte - é o roubo de nossos sonhos! A morte de nossa esperança!

Mas, apesar de toda dor, de todo desânimo, de toda vergonha, não sou do tipo que me entrego. Que aceito a derrota sem lutar. Que desisto.

Aprendi com meu saudoso pai a "torcer até morrer".

Hoje visto minha alma de preto. De luto. De pesar.

Amanhã, retorno ao encarnado da vida, ao vermelho do sangue que corre nas artérias de todos nós!

Sangue quente, brioso, orgulhoso e determinado!

Trocarei o luto do pesar pelo luto do lutar!

Baterei no peito e se me perguntarem: "luto?", responderei sem medo: "luto, sim".

Luto contra os desmandos desta diretoria.

Luto contra a ineficiência e a falta de planejamento.

Luto contra quem quer roubar o orgulho que sinto - e sempre senti - de torcer pelo America.

Luto contra quem quer matar o amor que sinto pelo clube e por sua história.

Luto contra quem está matando o America!

Luto e lutarei com orgulho, como, estou certo, lutarão os verdadeiros americanos.

O America não acabou.

O America tem jeito!

Luto: mais um ano na Série B