Hoje faleceu o Almirante Álvaro Jorge de Ollivier Grego, que foi presidente do America entre 1985 e 1987. Grego assumiu depois de vencer na eleição o então presidente Lúcio Lacombe e Gilberto Cardeal por 526 votos a 353, soma dos votos de seus adversários.
Apesar da difícil situação financeira do clube na época, ele foi responsável por montar o time que teve o melhor desempenho em campeonatos brasileiros até hoje, o 3° lugar de 1986. Ficou marcado também pela posição firme ao se recusar a disputar o Módulo Amarelo da competição nacional, ao ser alijado da famigerada Copa União NA CANETA.
Na época o America era merecedor da primeira divisão nacional. Além do destaque em 1986, estava bem colocado em qualquer ranking que se criasse: 13° em índice técnico histórico, 14° em público e renda históricos, sendo 11° no ano anterior nesse critério.
Ele tomou uma decisão corajosa - concordem ou não com ela - e seguiu firme com ela até o final.
O desfecho todos conhecem: ficamos sem disputar qualquer competição e nunca conseguimos nos recuperar desse baque. Quase todos os atletas saíram com passe livre - ainda existia a Lei do Passe. No ano seguinte, quando não era mais presidente, houve o famoso "cala boca" da CBF, poucos dias antes do início do campeonato, sem tempo - nem recursos - para montar um time competitivo, mesmo com patrocínio da Coca-Cola.
Meu saudoso pai foi eleito conselheiro na chapa de Álvaro Grego e ocupou, por pouco tempo, a função de diretor de futebol amador, no início do triênio. Teve que renunciar à diretoria por ter sido transferido para Brasília, mas sempre o apoiou. Tinha grande carinho e respeito por ele.
O Almirante Grego dedicou-se de corpo e alma ao clube, usando inclusive seu prestígio particular e profissional para ajudar o America. Quem se lembra que o time treinava no CEFAN, Centro de Educação Física Adalberto Nunes, na Av. Brasil e na EsEFEx, Escola de Educação Física do Exército, no Forte São João, na Urca? Apesar das limitações impostas pelo momento delicado, o time tinha toda a infraestrutura necessária para realizar um trabalho de excelência.
Presto aqui minha homenagem e aproveito para desejar à família meus sentimentos.
Descanse em paz, presidente. Obrigado pelas alegrias que proporcionou a mim e a toda a torcida americana!
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