terça-feira, 28 de outubro de 2014

A estreia do novo Conselho Deliberativo

Ontem o novo Conselho Deliberativo do America tomou posse. Eu tive a honra de participar da cerimônia e assumir uma cadeira no poder máximo do clube. Já havia mencionado anteriormente que este foi um momento especial para mim, pois meu pai e meu avô, já falecidos, já haviam tido essa honra anteriormente.

Conselho Deliberativo tomou posse ontem (Foto: Raffa Tamburini)
Acompanho, desde criança, a vida política do clube e posso afirmar, sem medo de errar, que este é o melhor grupo de conselheiros reunido nos últimos quarenta anos. O ambiente já na primeira reunião foi de debate sadio, em altíssimo nível.

Logo após a abertura, com o tradicional hino do America cantado de pé pelos presentes a conselheira Ruth Aragão, a Tia Ruth, torcedora símbolo, prestou o juramento em nome de todos. Emocionante vê-la jurar amor e dedicação ao clube até seu último suspiro. Este é o sentimento que os verdadeiros americanos ali presentes compartilham com ela.

O grupo já começou "arregaçando as mangas" e trabalhando. O primeiro ato, emocionante, foi a recondução de Neil Chaves à presidência. Tão logo ele mencionou que haveria a votação para a presidência do Conselho e perguntou se haveria entre os presentes algum candidato, foi naturalmente aclamado pelos presentes, que, quase em uníssono, lançaram seu nome ao melhor estilo de torcida organizada, gritando: Neil, Neil, Neil!

Este foi o reconhecimento de todos os presentes ao papel fundamental que ele teve na preservação desta instituição supercentenária! Eu sou declaradamente um grande admirador dele e, como torcedor, sócio e conselheiro, sou grato ao esforço hercúleo que ele tem feito para que o America se recupere da situação deplorável em que se encontrava no início do ano.

Neil lançou a candidatura à recondução de Marcelo Batista à vice-presidência do Conselho Deliberativo. O Marcelo é um dos líderes desse grupo que vem revolucionando o clube e tem tido papel fundamental em todo o processo. Tenho a honra de conviver com ele desde o início do ano e passei a admirá-lo, por sua inteligência, determinação e coragem.

Os conselheiros elegeram também os membros do Conselho Fiscal, Álvaro Macedo, Carlos Vicente, Claudio Di Vaio, Luiz Cláudio Lambert Pereira, Renato Albuquerque, Ricardo Albuquerque e o atual presidente, Sidney Santana. O Sidney, é importante dizer, tem conduzido de forma brilhante o Grupo de Trabalho formado para a construção da nova sede. Se todo o processo está transcorrendo da forma mais ética, séria e proveitosa para o America, muito se deve ao esforço e competência dele, profissional respeitado e vitorioso que é.

Comemorei muito a criação do Sócio Torcedor. Esta ação, que ainda precisa de regulamentação, será uma importante ferramenta para a reconstrução do clube e da torcida. Já é um sucesso em diversos clubes no Brasil e no mundo e, certamente, será fundamental no America.

A noite ficou completa com a concessão merecidíssima da Grande Benemerência ao presidente Léo Almada. Poucas pessoas contribuíram tanto com o America em 110 anos de história. Para que se tenha uma ideia, o America hoje tem uma despesa superior a R$ 400 mil por mês e uma arrecadação de pouco mais de R$ 23 mil. O déficit é monstruoso! Se não fosse pelo esforço pessoal de Léo Almada, o America já teria fechado as portas esse ano.

Além disso, liderou, em apenas dez meses de gestão, mudanças profundas que possibilitarão que o America volte ao lugar que lhe é de direito no cenário esportivo brasileiro. Mais: graças ao empenho pessoal dele, o America conseguiu extirpar o que havia de pior no clube e reestabelecer a LEGALIDADE e a MORALIDADE.

Eu tive a honra de conviver de perto com esse grande ser humano que é Léo Almada. Há alguns meses ele me confidenciou, e só escrevo agora pois há pouco ele declarou isso em público, que o maior orgulho da vida dele foi ter formado mais cem pessoas na universidade. Sim, ele financiou, com recursos próprios, os estudos de mais de uma centena de pessoas.

Muito antes de ter o prazer de conhecê-lo pessoalmente, há mais de vinte anos, quando o America dava sinais claros de decadência, meu pai dizia que a única saída para o America era ter Léo Almada na presidência. Isso porque, desde antes daquela época, ele colaborava ativamente. Foi vitorioso como vice-presidente de futebol, foi colaborador silencioso por anos das categorias de base, foi um moderador importante na gestão de Reginaldo Mathias, como seu vice-presidente.

Por tudo isso, e muito mais que não escrevo aqui, Léo Almada conquistou o direito a TODAS as honrarias possíveis e imagináveis no clube e na sociedade. E, também por isso, teve seu nome ovacionado por todos, enquanto era longamente aplaudido, ao encerramento da reunião.

A noite de ontem reforçou minha certeza: o America tem jeito!

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