Ontem o novo Conselho Deliberativo do America tomou posse. Eu
tive a honra de participar da cerimônia e assumir uma cadeira no poder máximo
do clube. Já havia mencionado anteriormente que este foi um momento especial
para mim, pois meu pai e meu avô, já falecidos, já haviam tido essa
honra anteriormente.
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Conselho Deliberativo tomou posse ontem (Foto: Raffa Tamburini) |
Acompanho, desde criança, a vida política do clube e posso
afirmar, sem medo de errar, que este é o melhor grupo de conselheiros reunido nos
últimos quarenta anos. O ambiente já na primeira reunião foi de debate sadio, em
altíssimo nível.
Logo após a abertura, com o tradicional hino do America
cantado de pé pelos presentes a conselheira Ruth Aragão, a Tia Ruth, torcedora
símbolo, prestou o juramento em nome de todos. Emocionante vê-la jurar amor e
dedicação ao clube até seu último suspiro. Este é o sentimento que os
verdadeiros americanos ali presentes compartilham com ela.
O grupo já começou "arregaçando as mangas" e
trabalhando. O primeiro ato, emocionante, foi a recondução de Neil Chaves à
presidência. Tão logo ele mencionou que haveria a votação para a presidência do
Conselho e perguntou se haveria entre os presentes algum candidato, foi
naturalmente aclamado pelos presentes, que, quase em uníssono, lançaram seu
nome ao melhor estilo de torcida organizada, gritando: Neil, Neil, Neil!
Este foi o reconhecimento de todos os presentes ao papel
fundamental que ele teve na preservação desta instituição supercentenária! Eu
sou declaradamente um grande admirador dele e, como torcedor, sócio e
conselheiro, sou grato ao esforço hercúleo que ele tem feito para que o America
se recupere da situação deplorável em que se encontrava no início do ano.
Neil lançou a candidatura à recondução de Marcelo Batista à
vice-presidência do Conselho Deliberativo. O Marcelo é um dos líderes desse
grupo que vem revolucionando o clube e tem tido papel fundamental em todo o
processo. Tenho a honra de conviver com ele desde o início do ano e passei a
admirá-lo, por sua inteligência, determinação e coragem.
Os conselheiros elegeram também os membros do Conselho
Fiscal, Álvaro Macedo, Carlos Vicente, Claudio Di Vaio, Luiz Cláudio Lambert
Pereira, Renato Albuquerque, Ricardo Albuquerque e o atual presidente, Sidney
Santana. O Sidney, é importante dizer, tem conduzido de forma brilhante o Grupo
de Trabalho formado para a construção da nova sede. Se todo o processo está
transcorrendo da forma mais ética, séria e proveitosa para o America, muito se
deve ao esforço e competência dele, profissional respeitado e vitorioso que é.
Comemorei muito a criação do Sócio Torcedor. Esta ação, que
ainda precisa de regulamentação, será uma importante ferramenta para a
reconstrução do clube e da torcida. Já é um sucesso em diversos clubes no
Brasil e no mundo e, certamente, será fundamental no America.
A noite ficou completa com a concessão merecidíssima da
Grande Benemerência ao presidente Léo Almada. Poucas pessoas contribuíram tanto
com o America em 110 anos de história. Para que se tenha uma ideia, o America
hoje tem uma despesa superior a R$ 400 mil por mês e uma arrecadação de pouco
mais de R$ 23 mil. O déficit é monstruoso! Se não fosse pelo esforço pessoal de
Léo Almada, o America já teria fechado as portas esse ano.
Além disso, liderou, em apenas dez meses de gestão, mudanças
profundas que possibilitarão que o America volte ao lugar que lhe é de direito
no cenário esportivo brasileiro. Mais: graças ao empenho pessoal dele, o
America conseguiu extirpar o que havia de pior no clube e reestabelecer a
LEGALIDADE e a MORALIDADE.
Eu tive a honra de conviver de perto com esse grande ser
humano que é Léo Almada. Há alguns meses ele me confidenciou, e só escrevo
agora pois há pouco ele declarou isso em público, que o maior orgulho da vida
dele foi ter formado mais cem pessoas na universidade. Sim, ele financiou, com
recursos próprios, os estudos de mais de uma centena de pessoas.
Muito antes de ter o prazer de conhecê-lo pessoalmente, há
mais de vinte anos, quando o America dava sinais claros de decadência, meu pai dizia
que a única saída para o America era ter Léo Almada na presidência. Isso
porque, desde antes daquela época, ele colaborava ativamente. Foi vitorioso
como vice-presidente de futebol, foi colaborador silencioso por anos das
categorias de base, foi um moderador importante na gestão de Reginaldo Mathias,
como seu vice-presidente.
Por tudo isso, e muito mais que não escrevo aqui, Léo Almada
conquistou o direito a TODAS as honrarias possíveis e imagináveis no clube e na
sociedade. E, também por isso, teve seu nome ovacionado por todos, enquanto era
longamente aplaudido, ao encerramento da reunião.
A noite de ontem reforçou minha certeza: o America tem jeito!